Deixa que te olhe
No dia cinza e prenhe de bruma,
Que se colou espessa nos vidros,
Vago reflexo que não alcanço,
Ainda que a alma se expanda
E te toque.
Deixa que pense
Mesmo que seja num dia sem sol.
Que o sempre não é somente palavra
De um dicionário coberto de pó
E a vida não é gazela que foge
À nossa frente.
Deixa que sinta
Como sopro leve, lábios conhecidos,
Que sussurre o tempo que já esperei
A brisa que trazes nos dedos, carícia
E quanto serás eterna em meu coração
Que aguarda.
Deixa! Que é a vida!
que me tire de ti hoje e amanhã.
Para que exista um sulco de jamais,
Semente plantada em dias de frio,
Nesta terra em que piso
e que danço sozinha.
Mona M.
Nenhum comentário:
Postar um comentário