quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sobre Fingir


Foi por sua culpa que me tornei uma pessoa que se sente insuportavelmente sozinha o tempo todo.
Posso me cercar por multidões, pulando carnaval, que morro de solidão ali no meio.
Não há companhia, ou emoção coletiva, ou comoção nacional, que me livre de estar só.
Festas acontecem ao meu redor, sem que eu nunca me estabeleça como integrante.
Pelo contrário, odeio quietinha todas elas, as festas, po...rque não suporto qualquer manifestação de felicidade.
Odeio férias, odeio os feriados, odeio massas grandes em pizzarias.
Detesto com todas minhas forças o Natal, tenho raiva do verão, fujo de aniversários.
É, eu me tornei uma fingida completa, o tempo todo sendo aquilo que não sou.
Essa semana, por exemplo, tenho fingido que sou aquela que acha legal que o pai conserte uma cisterna. Que diabos é uma cisterna?
Como pode um homem adulto passar o dia eufórico porque, graças ao seu engenho, a cisterna voltou a funcionar.
Bom, logicamente, eu finjo perfeitamente, porque pratico desde criança.
Quando fingia que era maluca, por não ser genuinamente esquisita, tomando vidros de xarope com Optalidon. =]
 
Mona M.
 
 

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