segunda-feira, 21 de julho de 2014

Fênix

Nadando pelo lago da vida, encontrou uma pedrinha e bateu a cabeça. Poxa! Que depressão que o ser humano chega:
Sábado ensolarado e quente; a pessoa enfurnada no quarto, em baixo do edredom, fazendo absolutamente nada. Naquele escuro existencial. No mesmo escuro existencial de sempre. Aquele buraco de medo e angústia. Remoendo antigas dores e descascando feridas de aflição.
Não sei se há saída ou se a bloqueamos.
Quando o buraco parece não ter fim, pensa-se: "caí fundo demais."
Você está caindo e só existe a queda. Nenhum abraço ou banho de mar ou porre homérico pode lhe ajudar a parar de cair. Você cai de cabeça no chão e seus miolos explodem com o impacto; você entreabre os olhos, por impulso da força, pois ali você já não é você. Nem quando você pulou, você era você. Você nunca foi você, por isso você pulou.
A verdade é que quando você se queima demais, não consegue renascer das próprias cinzas, porque elas já viraram pó. É como naquele dito bíblico: "ashes to ashes, dust to dust." A Fênix é tão somente uma figura mitológica, que, tadinha, virou símbolo da "auto-ajuda". Funciona? Ah, legal!

Que bom que você é fênix conseguiu ser bem-sucedido na queda, quanto a mim, sempre arrancarei casquinhas de feridas. Tem gente que gosta de ser feliz, tem gente que não consegue...

Foda-se!
Digo, Fênix!

Mona M.


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