terça-feira, 29 de julho de 2014

Ilusão e realidade

Eu daria tudo para ver aquele par de olhos castanhos brilharem para os meus todas as manhãs pelo resto da minha vida. 
Para ouvir aquela voz rouca sussurrando que me ama e que precisa de mim, mas que sente sono e prefere dormir até tarde. 
Para sentir o cheiro daquele perfume, do qual nunca enjoo.
Daria tudo que tenho e sou para ter o sorriso do olhar, o cheiro e a voz por uma manhã. 
Porém, essa ideia é uma ilusão que bateu na minha janela desde a primeira vez que, realmente, a vi. Naquele instante, minha alma gritou: "preciso cuidá-la, amá-la!"
 E o desejo- mesmo sabendo que é uma história impossível- só aumenta e, por não ser concretizado, machuca o peito, rasgando em pedacinhos este amargurado coração.
Dor do desamor.

Ilusão x realidade. 
Ainda sabendo que não há amor, 

preciso, como fosse oxigênio, ver-te,
ler-te, 
ouvir-te, 
sentir-te desprezar-me, 
mesmo doendo,
a indiferença ainda dói mais. 

Mona M. 






Dia perfeito



O que faríamos em uma noite chuvosa como a de hoje?
Nos banharíamos em quentes cobertores e doces abraços, 
afagos e carinhos dispersos entre beijos, filmes e chocolate...
Há de se ter um bom vinho tinto para aquecer a alma,
Também, deve haver troca de carinhos, para aquecer o corpo e,
principalmente, olhares ternos e profundos de paixão e sinceridade
para aquecer o coração.
Em um dia chuvoso, 
passaríamos o dia na cama...
Mona M.

Saudade



Saudade é uma dor doída,
que livremente buscamos,
pois vem de emoção sentida,
em bons momentos da vida.
Prá revê-los, recordamos.
São presentes que nos damos.

Mona M.


Vamos nos permitir?

Deixar o tempo te ensinar que os tombos te fortalecem,
que os ventos te levam e que a vida te molda da maneira que bem quer.
Não tente entender, tente viver.
Poucos conseguem...

 

Pax!

Mona M.  





Dica da Mona

Apaixone-se por alguém
que te ame, 
que te assuma, 
que te compreenda na loucura. 
que te ajude, 
que te guie, 
que seja teu apoio, t
que seja teu sonho bom. 
Que diga EU TE AMO com atitudes e não apenas com palavras. 
Mas que não esqueça delas.
Apaixone-se por alguém que converse depois de uma briga, 

reconhecendo o erro e pedindo desculpas com o coração. 
Apaixone-se por alguém que se interesse pelo teu dia, 
 pelo teu bem estar,
 pelo teu sorriso de tristeza e pelas tuas lágrimas de alegria.
Apaixone-se por alguém que sinta a tua falta 

e precise de ti sempre sorrindo!
Apaixone-se por ti mesma!

Mona M.



Homenagem a Rubem Alves

Rubem ensinou-me que o amor é um buquê de cebolas!

Não há coisa mais banal, igual a todo mundo, mais previsível, que oferecer um buquê de rosas?
Ora, com um buquê de rosas estou dizendo: "você é igual a todo mundo que já ganhou rosas. 
Para todas as outras, ofereci um buquê de rosas. 
E todas disseram e fizeram o que você fez agora. 
Disseram: 'Que lindas rosas!'
E fizeram o que você faz agora: cheiraram as rosas.
Mas se eu desse um buquê de cebolas- que ela receberia com uma risada desentendida a princípio- sem cheirar. 

Ela saberia que eu estava lhe dizendo: 'Você é diferente de todas as outras. Você leu Pablo Neruda.'
Mas é claro que por trás da cebola a uma rosa perfumada e um beijo de amor. 

Afinal, toda mulher gosta de rosas.

Mona M.


Ideia

E então nós ficávamos parecendo aquelas personagens do Caio F. Abreu, completamente imprecisas e inacabadas: perfeitas em desequilíbrio, iludidas, solitárias, incompreendidas e infelizes. Até, finalmente, cruzarmos os caminhos, eu, completamente eu, tu, perfeitamente tu, sem uma ideia muito clara do que queria e eu te querendo mais que tudo.
-Por que não é preciso?
-Porque não é preciso.
-Me beija.
-Te beijo.


Exibicionismo

Amo - te incondicionalmente,
acima do tempo e do espaço.
Acima do bem e do mal.
Acima do certo e do errado.
Acima de qualquer ponto de vista.
Acima do amor, eu te amo.
Por toda minha vida, pra sempre.
Desde que te conheci, minha vida começou a ter sentido!

Mona M.


Nietzsche entenderia?



Tinha ouvido falar que o amor supera tudo.
Que as juras de amor eram eternas e nenhum mal abate um coração apaixonado.
O ser que fez tal colocação esqueceu de falar que o tempo estraga tudo isso porque ele retira o véu dos rostos enaltecidos pela rubra paixão. E nos mostra, única e simplesmente, que o amor poético é lindo, mas não sobrevive na vida real. Amor escrito precisa de atitudes sólidas na vida. Precisa de gritos calados em trechos de prosa e beijos roubados, gestos carinhosos, movimentos inesperados, cumplicidade física/moral. O amor não é efeito apenas de palavras. Porém, quem sou eu para falar em "precisão", já que nada é preciso, apenas navegar um barco vazio de luz e esperança até um fim profundo e escuro.

Mona M.
 
 

Tempo

Tristeza é quando o poeta esquece as palavras,
é quando o amor não sobrevive ao tempo,
que impõe como ditador seu leve grito:

Tempo, tempo, tempo...

Definir-te em verso é prosa científica transversal.
Doer-te, dói,
Ninguém explica,
mas todos já sentiram a dor do tempo.


Mona M.

 

Sobre relacionamentos na Era do Exibicionismo

 Amor de verdade precisa de Provas Públicas?
(...e o amor, infelizmente, tem tomado o mesmo rumo cíclico das redes sociais).
 Se pra você um pedido público de casamento é prova de amor, me desculpe: pra mim não passa de coerção e de necessidade de auto afirmação – com o perdão da generalização imprudente. Coerção porque se imagina que a outra pessoa não será capaz de negar – afinal, há uma plateia sedenta por um final feliz e que pode servir como testemunha da insensibilidade daquele que recusou, caso o final não seja assim tão feliz. E necessidade de auto afirmação porque toda megalomania é uma fantasia de poder – ouvir um “sim” em público prova ao mundo (e até a quem não está minimamente interessado nisso) que eu, o namorado perfeito das comédias românticas, provavelmente terei uma vida perfeita e filhos perfeitos com cabelos perfeitos para pentear antes de ir à escola que vai lhes garantir uma educação perfeita.
E assim, roteirizando os relacionamentos interpessoais e ditando regras sobre o que é o namoro ideal, o casamento ideal, a gravidez ideal, os filhos ideais e a velhice ideal, a gente segue exibindo a nossa felicidade antes mesmo de curti-la. Fazendo dela um grande evento, e não uma bela casualidade. Isso é o que a sociedade do espetáculo tem feito com a gente. Somos todos atores de um filme que ainda não se sabe como vai terminar. Vocês, que acreditam na "magia" dos pedidos públicos, e eu, que os condeno. Já ouvi namorados se queixarem de que suas namoradas, por mais carinhosas que fossem, não postavam fotos do casal nas redes sociais. E já vi namorada postar foto de namorado novo apenas para mostrar ao ex que ela havia encontrado "um partido melhor". Não que eu ache que amor foi feito pra ficar guardado a sete chaves. Nada disso. Amor é pra ser gritado aos sete ventos, é pra contagiar o mundo de sorrisos, é pra inspirar mais amores, é pra virar best-seller. Amor é um crime a ser cometido. Mas desde que o alvo principal de toda e qualquer demonstração de carinho seja a pessoa amada, e não a necessidade particular de esfregar na cara dos outros a sua felicidade.


Mona M.



segunda-feira, 21 de julho de 2014

O Rascunho

... Contém um poema,
que o poema impresso
não tem.

O testemunho
na lente rasura,
na pressão do punho,
na linha da letra

O cunho

Aquilo:

O que a palavra nem tem?

Mona M.


Poema sem dono

Sou um poema sem dono...

Mona M.

Fotografia

O azul mergulhando no adeus,
A prata nacarando as águas do mar,
No céu, o Cruzeiro do Sul aponta,

Meus olhos mergulhados nos teus,
Eu, pronta para me doar
E você dizendo-me adeus

A natureza refletindo amor
Eu, um retrato fiel da dor

...

Mona M.

Pensamento


E o hospital me faz pensar: o céu é o buraco que você cavou ou é a terra que você jogou para fora?!
E então concluo que eu tenho o céu e ... que o céu não passa de um buraco na mente das pessoas. Isso porque, quando se está num hospital, esperando, você acaba percebendo que... Lá é o começo de uma grande mentira. 

Mona M. 

Café com a Loucura

Não me preocupo com o que dizem de mim: falem à vontade!
Sirvam-se de mitos e difamações, mas nunca da verdade, porque dela só eu sei.
Não me impressiono com mais nada, já que sou difamada todos os dias, até mesmo por meus próprios filhos, os loucos.
Digo-lhe, café, que sou eu, no entanto, somente eu, por minhas influências divinas, que espalho a alegria sobre os homens. E, que se temida sou, incompreendida de mesma forma, é pelo fato de libertar humanos de seus casúlos mentais.
De fato, desde que me dispus a falar, não vi faces radiantes de um contentamento extraordinário?
Não sou jovem ou inconsequente como alguns imaginam. Tenho mais de 3000 anos e sou friamente calculista. Sou mãe de todas as faculdades mentais que os humanos louvam, detestam ou desconhecem. Orgulho-me de Sabedoria, um fruto ousado. Conhecimento e Lealdade são incompatíveis em temperamento. Desgosto e Prepotência uniram-se. Porém, amo-os igualmente, são meus e são jovens, aprenderão nesta eterna existência.
Digo-lhe que minhas aspirações não interferem em meu trabalho, uma vez que só penetro na mente daqueles que já possuem-me em sua genética ou pensamento. Não tento causar pavor ou colecionar almas, ao contrário, tento auxiliar quem de mim precisa. Vês melhor?

Mona M.



Sobre a Morte


A morte será um tédio caso não houver vida. Será uma negação, caso não houver nada após a sepultura. 
Imagine eu, uma frenética pseudo-intelectual, obrigada a ficar ali, parada, indefinidamente. O corpo inerte na fria tumba, deitada, esperando a voracidade dos vermes. Sem pensar, sem produzir, sem ao menos ter a consciência que as horas estão passando. 
Aguardar o famigerado juízo final? E para quê? Ser enviada a um céu de despreocupados, que estacionaram no pior retrato do Olimpo e não aprenderam sequer a tocar um instrumento mais emocionante que a harpa? Ou para ser despachada em direção a um inferno onde o decorador errou na quantidade de vermelho, e os homens, ainda por cima, possuem rabo? A propósito: nunca ninguém perguntou quem paga a conta de todo aquele fogo, em combustão permanente? Que desperdício! Devíamos ir fazer comida no inferno, que tem fogo de graça. 
E ser um espírito? Ter uma "atividade extracerebral", consciência de estar morta, viver perdida num umbral de solidão e marasmo, falando palavrão? Não parece divertido também. 
Mesmo que o fim do mundo esteja próximo, ainda não estou preparada para morrer, porque como todo e qualquer ser humano deste planeta, me urino de medo dessa grande desconhecida situação: morrer. 
Não me sinto preparada, ainda não decidi o que quero fazer depois de morta, então, apocalipse, dê um jeito de se adiar. 


Mona M. 


Ser EU mesma?

Tenho medo de pessoas muito felizes consigo mesmas.
Já confessei que queria ter nascido homem, negro, alcoólatra e pianista. Ou queria ter nascido uma Maysa ou Bethânia, mas nada disso aconteceu. Eu nasci sendo eu mesma, o que por si só, já é muito chato.


Mona M.

Por que acordar quando se sonha com Diamanda?

Por que acordar quando se está sonhando com Diamanda?
Por que não permanecer em "sonho eterno"?
Por que não matar quem acordou você?
Meu despertador (que palavra antiga) já foi arremessado contra a parede.

Sempre tento controlar meus sonhos, em vão.
Porém, que surpresa agradabilíssima! Lá estava ela... Cantando com sua voz enérgica, penosa, gélida e inebriante.  Tocando aquele seu piano com dedos de aço, como se o mundo fosse acabar ao final de cada canção.
Sonhos são projeções inconscientes de nós mesmos, né Freud?!
Mera projeção...

Mona M.



Sobre Fugir

Porque se eu pudesse fugir
Da minha vida,
Iria direto pra
Tua casa
...


Mona M.

Sobre não ser eu mesma

Sou dona de mim, da minha vida e do meu destino. Sigo meu bom senso, minha razão, minha emoção e minha sede de ser livre. Bom é viver assim, sem amarras, sem apego ao passado e sem preocupação com questões que ainda não foram superadas, pois o mundo ainda precisa evoluir muito, há muito o que superar... Eu penso, reflito e analiso. Sou um ser em constante mutação. Sou “Eu Mesma”, mas não sou “Sempre a Mesma”. Não sou normal, pois ser normal é chato. É repetitivo, e EU gosto de transformações. Gosto de olhar por vários prismas e Mudar de opinião, de gosto, etc. A mudança não é somente física, Mas também é abstrata e intrínseca. A beleza e juventude se vão, mas o conteúdo da alma permanece ...

Mona M.

Fênix

Nadando pelo lago da vida, encontrou uma pedrinha e bateu a cabeça. Poxa! Que depressão que o ser humano chega:
Sábado ensolarado e quente; a pessoa enfurnada no quarto, em baixo do edredom, fazendo absolutamente nada. Naquele escuro existencial. No mesmo escuro existencial de sempre. Aquele buraco de medo e angústia. Remoendo antigas dores e descascando feridas de aflição.
Não sei se há saída ou se a bloqueamos.
Quando o buraco parece não ter fim, pensa-se: "caí fundo demais."
Você está caindo e só existe a queda. Nenhum abraço ou banho de mar ou porre homérico pode lhe ajudar a parar de cair. Você cai de cabeça no chão e seus miolos explodem com o impacto; você entreabre os olhos, por impulso da força, pois ali você já não é você. Nem quando você pulou, você era você. Você nunca foi você, por isso você pulou.
A verdade é que quando você se queima demais, não consegue renascer das próprias cinzas, porque elas já viraram pó. É como naquele dito bíblico: "ashes to ashes, dust to dust." A Fênix é tão somente uma figura mitológica, que, tadinha, virou símbolo da "auto-ajuda". Funciona? Ah, legal!

Que bom que você é fênix conseguiu ser bem-sucedido na queda, quanto a mim, sempre arrancarei casquinhas de feridas. Tem gente que gosta de ser feliz, tem gente que não consegue...

Foda-se!
Digo, Fênix!

Mona M.


Amor em cinco tempos

Houve um tempo de encanto.
Outros, depois, de espanto.
Um tempo de desengano,
E, por fim, o abandono.
Hoje, sou isso,
Um "algo" sem dono.

Mona M.