terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sobre Distinções

Quem CRIA tem uma sensibilidade andrógina- independente de sua escolha sexual...

Mona M.



Se amar significa

Deixar a rede ao vento e
Se torcer de saudade
Sem você dentro...

Quase bater o carro toda vez em que me distraio pensando em você,
Então sim, se isso é amar, eu amo!

Mona M.



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Vida

A vida é tão engraçada...
Quando você acha que, finalmente,
Está tudo correndo bem, ela te dá uma rasteira e você cai de cara na lama! É meio absurdo. Irreal. Parece mentira. Um sonho. De fato, ao analisarmos a vida, enlouqueceremos pois ela parece tão irreal quanto um sonho. 
Você já acordou de um sonho achando que ainda estava nele?
Ou já teve déjà vu ao acordar? 
É, a vida é uma projeção...
Uma irrealidade...
Um sonho... Distante! 

A vida é engraçada e injusta. 
Para cada dia de sol e alegria existe uma noite fria, envolta em escuridão. 

É, Freud, a vida é uma vodka!

 

Ah, o amor...

Miguel & Natália 
Grande como o Everest ou maior?
Vulcânico como o Vesúvio ou mais destruidor? 
Suave como o pôr-do-sol  ou delicado como o orvalho? 
Sublime como uma divindade, tanto assim o amor? 

Pequena palavra: quatro letras que podem mudar um destino desafortunado ou devastar uma vida com a mesma voracidade de um furacão. Palavra do tamanho do mundo, ou do Universo?
Um único verso pode resumir-se o amor? 

sábado, 17 de novembro de 2012

Sobre Morrer


A morte será um tédio caso não houver vida. Será uma negação, caso não houver nada após a sepultura. 
Imagine eu, uma frenética pseudo-intelectual, obrigada a ficar ali, parada, indefinidamente. O corpo inerte na fria tumba, deitada, esperando a voracidade dos vermes. Sem pensar, sem produzir, sem ao menos ter a consciência que as horas estão passando. 
Aguardar o famigerado juízo final? E para quê? Ser enviada a um céu de despreocupados, que estacionaram no pior retrato do Olimpo e não aprenderam sequer a tocar um instrumento mais emocionante que a harpa? Ou para ser despachada em direção a um inferno onde o decorador errou na quantidade de vermelho, e os homens, ainda por cima, possuem rabo? A propósito: nunca ninguém perguntou quem paga a conta de todo aquele fogo, em combustão permanente? Que desperdício! Devíamos ir fazer comida no inferno, que tem fogo de graça. 
E ser um espírito? Ter uma "atividade extracerebral", consciência de estar morta, viver perdida num umbral de solidão e marasmo, falando palavrão? Não parece divertido também. 
Mesmo que o fim do mundo esteja próximo, ainda não estou preparada para morrer, porque como todo e qualquer ser humano deste planeta, me urino de medo dessa grande desconhecida situação: morrer. 
Não me sinto preparada, ainda não decidi o que quero fazer depois de morta, então, apocalipse, dê um jeito de se adiar. 

Mona M. 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mona is Lisa

Decidi tatuar a Lisa Simpson!
Eu poderia até dizer que o Matt Groening se inspirou em mua para criar a personagem, isso se eu tivesse vivido minha adolescência nos anos 80 e, lógico, tivéssemos nos conhecido.
De fato, sou uma "Elisabeth"

 mais pálida. Somos inteligentes. Gostamos do que poucos gostam. Somos vegetarianas. Sentimos pena de formigas. Amamos nossa família anormal. Poucos nos entendem. Ninguém nos compreende. Somos saxofonistas. Falamos francês.

Aliás, parabéns a todos (as) saxofonistas del mundo, principalmente para as corajosas mulheres que se meteram de boca nesse mundo da música!





Mona M.

Problema

O problema só é um problema quando deixamos que ele se torne um problema. Quando ele nos afeta e o deixamos se tornar nosso problema, ele só terá a proporção que dermos a ele. Isso também ocorre com muitas situações da vida, incluindo sentimentos.
Eu, por exemplo, não nasci para amar a tudo e a todos. Escolhi ser seletiva e é por isso que não me embriago.
Escolhi ser auto extremista, "oito ou oi

tenta", nada de meios termos: o preto é preto e o branco é branco.
Escolhi ser metafórica, por dever de deleitar-me na poesia que percorre minhas veias.
Escolhi ser reta, kinda franca/direta, e mesmo sendo mal compreendida às vezes, penso que não é porque não tenho um pau, que não posso dar uma dura.
Escolhi, também, amar a você. Dentre tantas efemeridades que tive, escolhi você. E dentre todas as escolhas que fiz, a única que eu deixei se tornar um problema foi amar você. Mesmo assim, amar você foi minha melhor escolha.
...


Mona M.



Sobre Mona


Erro, caio, quase sempre. Levanto timidamente, com pouca coragem para prosseguir por esse caminho sem volta, transformando minhas dores em música e minha vida em poesia...

Mona M. 


Sobre Convivência

Na vida só existe a certeza de uma coisa, fora a morte e os impostos, não importa o quanto você se esforce e nem a bondade de suas intenções, voceê sempre erra.
Você sempre vai magoar pessoas, sempre será magoado e, se um

 dia quiser, você se recupera.
"Perdoe e esqueça", é o que dizem. É um bom conselho, mas nunca dá certo. Quando alguém nos magoa, queremos nos vingar. Quando alguém vacila conosco, queremos pagar com a mesma moeda. Sem perdão, disputas antigas nunca acabam, feridas antigas não cicatrizam e o máximo que podemos desejar é que algum dia tenhamos a sorte de esquecer.

Mona M. 



terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sobre Ambivalência

Pensou além de seus horizontes,
Talvez fosse um sol que espalhou luz e calor pelos lugares dela que passou; ou talvez fosse um iceberg que atravessou seus poros e tornou-a pedra congelada.

Havia dito que ninguém acende uma lâmpada para escondê-la atrás da porta; o objetivo da luz é trazer mais luz à sua volta, "abrir os olhos", mostrar a eles as maravilhas ao redor.
Havia dito também que ninguém oferece em sacrifício à luz, a coisa mais importante que possui: o amor.
Ninguém entregaria seus sonhos nas mãos daqueles que podem destruí-los. Exceto ela.
A maior verdade entre todas as mentiras é que ela ama odiar o amor. Odeia-o para tão pura e simplesmente poder amá-lo da forma mais sublime, que você, caro leitor, jamais sentirá.
Ela não é louca, é apenas um ser pensante de ego inflado. E por ser um ser pensante, ou um ser que pensa demais e que por pensamento vive presa em seus próprios pensamentos, desde o dia em que resolveu, como que por instinto de sobrevivência, olhar para seu horizonte interior.

Mona M.



domingo, 28 de outubro de 2012

Sobre Morrer


Morrer muda tudo. 
Tem alguma explosão emocional, evidentemente.
Mas também tem as coisas práticas. Quem vai fazer seu trabalho?
Quem vai cuidar da sua família?
A única coisa boa para você é que não precisará se preocupar. 
Gente que você não conheceu vai morar na sua casa...
Fazer o seu trabalho.
 O mundo continuará girando... Sem você.
Dizem que a morte é mais difícil para os vivos.  
É complicado dizer adeus. Às vezes, é impossível. 
Você nunca para de sentir a perda. 
É isso que torna as coisas doces e amargas.  
Deixamos pequenos pedaços de nós para trás... Pequenas lembranças... Uma vida de memórias, fotos, bugigangas. Coisas para lembrarem de nós; mesmo quando tivermos ido embora. 


Mona M. 


Love me Tender



"I love you"... Nunca esperei que numa tarde de sábado, você podia sair de dentro do meu rádio para dizer olhando para mim: "I love you".

Mona M.



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A vida é o que a vida é?


Um passarinho contou-me,
Em versos e canto,
Que a vida é poesia. 

A poesia veio à mim
Em prosa e
Disse-me que a vida
Era muito maior do que ela.

Pensei: o que será mais importante do que viver? 
O que será mais bonito do que a palavra? 

Adormeci.

Sonhei. 

Acordei. 

Tornei a pensar em meus questionamentos e percebi, mais tarde, que a vida e a poesia são universais. A poesia é universal pois expressa sentimentos. E a vida? A vida é, evidentemente, universal, mas não porque vivemos e sim, porque sentimos. 

Logo, sentir é estar vivo. 
Mas viver em poesia é penetrar no sentimento e aprender uma lição com cada um deles, principalmente com os mais difíceis. 

Mona M. 



terça-feira, 25 de setembro de 2012

A única postagem com qualidade



"Lembrar é fácil para aqueles que tem boa memória. 
Esquecer é difícil para aqueles que tem coração" 

Shakespeare?! 

domingo, 23 de setembro de 2012

Mar



... Praias
Lugar deserto
Abrigo de desamores e morte.

Planaltos de areia e pó
Encobrem o passado,
Jazigo de dor.

Cartões postais de recém casados,
Maré de incertezas e dúvidas quebradas
Entra no mar, volta na próxima onda.

Infinita movimentação
Lar dos suicídas
Dos acidentes cruéis
Na inconstância, a profundidade
Guarda segredos.

Bipolaridade,
Amanhece a calmaria
Anoitece a agitação...

Fúria devastadora
Beleza arrebatadora
Incompreensão

Mais nada nesse mundo é tão poético, confuso,
Misterioso e belo. Pesquisado, visitado, amado e odiado
Como o MAR...

Mona M. 

Desfoque


Desvio dos teus olhos
para não mais cair no impulso ofuscaste 
do cadafalso estampado 
nesse teu desfocado olhar.

Mona M.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sombras

Os seres humanos têm sombras
Frequentes, precoces, tardias...
Quem as tem, sabe que falo
De sombras que toldam os dias.

E não somente os dias,
As noites lhe abrem espaço.
São sombras que a outras sombras
Se envolvem, entrelaçam.

Sombras, sombras, quando chegam
Estendem mantos espessos.
Teus sentimentos e posses
Perdem o sentido, o apreço.

Não lhes bastam turvar o olhar?
Banir do rosto o sorriso?
Que ofício pode afastá-los?
Reza, espantalho, feitiço?

Mona M. 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Café com a Morte

Começo por dizer que se eu tiver que morrer (haha), que eu morra pela vida!

A morte é a impossibilidade de qualquer possibilidade (Hedegger?).

"- Sou tão fria e melancólica quanto uma bela manhã de inverno!
- És?
- Sim. Não importa o quanto corram de mim, porque sempre estive dentro de cada um.
- Você parece hostil. É por isso que é temida!
- Não creio que seja pela minha hostilidade. Ser hostil é necessário a minha natureza desconhecida pelos que pensam. Sou temida por não ser compreendida.
- Você acha que as pessoas não te compreendem?
- Estou convicta! Vocês compreendem os aspectos fisiológicos que se fazem necessários para que eu vingue dentro de cada um de vocês. Vocês classificam o luto, a conformidade. Porém, esquecem-se de que faço parte de um ciclo infindo e, por não poderem vivenciarem a mim em vida, temem o fim.
- E você é o fim?
- Encerro um ciclo.
- Não tens clemência?
- Não possuo sentimentos. Apenas cumpro minha função no planeta.
- Você dói?
- Brevemente.
- Você provoca acidentes? Suicídio?
- Não interfiro na vida.
- Mas a interrompe?
- Somente quando o ciclo precisa ter fim.
- O ciclo da vida?
- O ciclo do eterno retorno.
- És contraditória.
- Como minha irmã, vida."

Mona M. 

Sentido

Os objetos têm sentido quando alguém dá sentido a eles fora de seu uso comum.
Eles precisam ser olhados, manuseados. 
Como nós.
Se ninguém nos ama, vivemos mais tristes que os objetos, por exemplo. 
Isso porque não somos sombras indo e vindo, sem direção. Não somos vazios.
Ser vazio é o peso de papel sem papel, o cinzeiro sem cinza, o anjo sem asa, a adaga sem peito. 
Contudo, ante do ser amado, amar...
Amar é o que difere o homem de um peso de papel ou de uma sombra. 

Mona M. 


domingo, 16 de setembro de 2012

Fim do Mundo

Muitos cientistas acreditam que o mundo pode acabar através de uma invasão de outro planeta e, quando os extraterrestres chegarem na Terra, o nosso maior problema vai ser, acredite ou não, explicar algumas coisas para eles: 
Duplas sertanejas, por exemplo... Como explicar Bruno & Marrone para serres de "inteligência superior"? 
Como explicar que nós humanos, a raça "top da evolução terrena", cata cocô de cachorro pelas ruas? 
Como explicar a existência de micaretas e carros de pamonha para um alienígena? 
Como explicar a existência de pessoas que inalam fumaça por prazer? 
Como explicar um baile funk e a homossexualidade? 
Como explicar a desigualdade entre seres que deveriam estar no mesmo patamar da escala evolucional? 
Como explicar a um alienígena os reality shows e a bebedeira em excesso?
Como explicar o mensalão? O príncipe Charles? A realeza canadense? O primeiro ministro alemão?
Como explicar o brasileirão, a copa del rei e o Corinthians?
...
Eu vou me esconder e ficar quietinha, com sorte e duas décadas de experiência, talvez eu consiga me passar por um deles... 

Mona M. 



Girl, Interrupted

"Com lâminas, dói...
Com água, é fria...
Com ácido, corrói...
Com pílula, dá alergia...
Com arma, é ilegal...
Com o nó, pode ceder...
Gás cheira mal:
Tanto vale viver!"

Pink Knows,

Truth Hurts,
people Can Be Mean,
Anorexia Can be Overcome,
Nothing Rong With Some Meat On Your Bones,
Be Yourself, And You'll Be Fucking Perfect.

Procura-se?

Procura-se um amor que goste de cães, gatos e lebres,
que goste do frio e seje quente,
que seja cavalheiro e goste de boa música,
que saiba escolher vinho, que não se importe em viajar,
que ouça meus devaneios poéticos e respeite minhas nuances de humor... Que faça bom café e me dê rosas,
Que goste de ficar em casa, de dançar numa praça de madrugada,
Enfim, procura-se um clone de mim!
Mona M.

O Morro dos Ventos Uivantes

Querido Sono,


Sinto tua falta toda noite!
Sei que ignoro teus sinais durante o dia mas tu sabes,
Eu sei,
E ambos sabemos,
então vamos acabar logo com esses desencontros,
porque à noite, quero ser só tua...
 
Mona M.
 
 

Dona Anjo,

Diria um poeta que o tempo não pára
e diria um químico que a vida, assim como a natureza segue um ciclo.
Diria um filósofo que a vida é uma centelha de luz em meio a duas escuridões
e diriam as religiões, em conforto a tudo isso... 
que a vida continua após a morte.
Logo, percebe-se que a saudade
é tão grande quanto o oceano,
um vazio de ondas quebradas que destroem corações...
E que nada conforta e preenche o vazio...
 
Mona M.
 
 

Desculpa

"Você passa o dia cantarolando letras de músicas,
achando que a vida é boa...
Você passa a noite bebendo
porque algo aconteceu ou porque nada aconteceu no seu dia...
Você acorda de manhã com dor de cabeça
e pensando:
'aonde vou dormir hoje à noite?'
Ninguém disse que seria fácil,
mas também, ninguém disse que seria tão
difícil."
 
Mona M.

Confissão

Confesso que tô puta com você, tá?!
Você sempre some e você nunca está quando eu preciso, tá?!
E também tem esse negócio...
Esse pininho seu, que nunca encaixa nos buraquinhos...
Você existe pra me sacanear, porque não faz sentido:
Não encaixa, não pega, não carrega, não tem sinal e
eu tô atrasada e vou sair mas não consigo...
Vou te deixar, celular de mierda!
 
Mona M.
 
 
 

Despacho

"- Você quer algo, querida?
- Um café colombiano, por gentileza!
- Algo mais?
- Esmeraldas!"


Mona M.


sábado, 1 de setembro de 2012

Sobre Abismos

Os abismos são bons.
Particularmente, é confortável sentir a presença de um logo na esquina,
perto do banheiro, na entrada do prédio, em cima do teto...
São reconfortantes, quentinhos e oferecem proteção contra abusos. Qualque forma de abuso!
O pneu do carro estourou numa estrada mal pavimentada no meio da noite? Se joga no abismo!
Seu professor ignorante está falando absurdos incoerentes sobre algo coerente que ele não entende? Sobe pro abismo do teto...
Seu vizinho quer falar sobre o tempo às 7 horas da matina no elevador? Entra no abismo do espelho!
Penetra no seu abismo existencial, quentinho e aconchegante e assiste à novela da sua vida, mas não cometa o erro de refletir sobre a novela... Apenas aprecie o estado "abismo", não pense! Não se iluda! Divirta-se rindo de si mesmo, porque no final de tudo, quando você tiver que sair do abismo, perceberá que a vida não passa de uma piada sarcástica, uma ironia de "Deus"....
A dádiva divina é a permanência de cada um fora de seu abismo...

Enjoy!


Mona M.


Qualquer Coisa


Mesmo sendo obesa e tendo um vestuário limitado, 'qualquer coisa' não me serve...
Mesmo sendo pobre e tendo acesso limitado à comida, 'qualquer coisa' não me serve...
Mesmo sendo alcoólatra e viciada em cocaína, 'qualquer coisa' não me serve...

Não sou sofisticada, egocêntrica ou seletiva.
Não! Sou apenas uma mulher.
E, pondo-me nesta condição físico/social-convencional, dou-me ao direito de dizer:

"- Obrigada, mas 'qualquer coisa' não me serve!"

P.S.: é claro que toda mulher é sofisticada, egocêntrica e seletiva.

Mona M. 

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Time After Time

"If you're lost you can look And you will find me, time after time..."




Sobre a Dúvida

A dúvida é uma doença.  
Ela contamina a mente
fazendo-nos desconfiar das intenções alheias e de nossa própria percepção. 
A dúvida nos faz questionar o que pensamos sobre alguém e alimenta as piores suspeitas sobre quem conhecemos.

Mona M.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Amargas Reflexões

Anos atrás, conheci um garoto que me apresentou a um livro... "O Casamento do Céu e do Inferno".
Nele, William Blake escreveu: "Se as portas da percepção se desvelassem cada coisa apareceria ao homem como é... Infinita".
Mas a verdade é que nossa percepção tende a ser obscurecida. Pelas expctativas. Pelas vivências. Nos últimos tempos, minhas percepções têm sido cegadas por uma única coisa...
A verdade é um conflito entre percecpções. As pessoas só veem o que estão preparadas para confrontar. Não se trata daquilo que vemos, mas sim, do que enxergamos. E quando diferentes percepções entram em conflito, a verdade se perde.
E os monstros dão um jeito de escapar...

Mona M.



domingo, 18 de março de 2012

Olhos

"Os meus olhos?!
Ah! Esses meus olhos,
que se pudessem falar,
diriam que não gostariam de existir.
Esses meus olhos,
que só envolvem uma pequena parte do Universo.
Esses meus olhos,
que quando abertos,
envoltam-se a um sorriso.
E, quando dormem,
sonham com tua imagem e pintam um arco-íris em um céu acinzentado.
Esses meus olhos,
que só te veem quando não te veem
e que suspiram lágrimas silenciosas quando te veem..."

Mona M.

Perfeito

SE TE QUERES matar, por que não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares; ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por atores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fim?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...

E, de qualquer forma, se te cansas seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!

Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.

Álvaro de Campos

O Morro Dos Ventos Que Não Uivam

És flor de magnólia, perfumada e delicada
És sonoridade do mar, acalento do meu peito
És única nesta história de amor que não vingará
És brisa sonora de um quase sonhar...Sonhar?
Jamais acordar para este inferno!
Inferno em que te procuro entre os plátanos macios das plantas
E só te encontro nas gélidas moradas de meu coração.
Meu coração!
Lunático, insiste na ideia de te amar.
Quente, gelado, doloroso, penoso e delicado
Assim é o amor?
Contradição em verso!
Teus olhos abrem caminhos em minha mente...
Perversa!
Trêmulo verão, quando não estás ao meu lado.
Ofuscado inverno, quando estás longe dos meus sussurros
Madrugadas acordadas, desesperadamente, em sonho, sonhar-te...
Finalmente!



Excalibur Lake
 Mona M.  

Teu Amor

Teu amor,
que ontem se acabou,
não foi reconfortante.
Não foi bonito.
Não foi antítese.
Não foi amado.
Não foi sofrido.
Não foi doloroso.
Não foi escandaloso.
Não fomos Julieta & Romeu.
Não fomos nem nós mesmos nesse jogo de roleta,
mascarados, apenas, jogamos.
Estranho, teu amor,
ordinariamente comum.
Normal, teu amor,
cinismo disfarçado pela tua beleza.
Sexual, teu amor,
dilatante de sensações nauseantes.
Casual, teu amor,
cheirando à Merlot e Kalvin Clain.

Hipócrita, eu?

Mona M.

Sou Apenas Eu

Não sou constante
Sou mutante
Não gosto do igual, prefiro as diferenças
Minha maior fé é respeitar todas as formas de crença.
Ora sou dia irradiando luz
Ora noite escura sem luar
Vou onde meus passos levam
Não tenho medo de nada
Mas essa ausência do medo
Às vezes me dá medo de tudo
Ora sou mar calmo navegável
Ora, a ira de um maremoto assustando o mundo
Sou isso que sou
Sem pensar o que a vida quer de mim
Fui começo de um caminho
Hoje sou o meio
Observando como se chega ao fim...

Mona M.

Sobre Posse

Se eu te disser, passarinho,
que te amo como as ondas quebradas do mar,
Se eu te disser, passarinho,
que não te amo como amava as ondas quebradas do mar,
mas amo como amam-se as nuvens que transperecem ao infinito,
que nunca alcanço no toque rápido, corrido...
que sempre perco no olhar ferido...
O amor que tinha, o amor que tímido,
morreu...
O que farias, passarinho,
o que farias se de todas as verdades,
foste dono?

Mona M.  

'Porque alguma angústia faz parte: o que é vivo, por ser vivo, se contrai.'

"Se vocês soubessem como esta noite está diferente.
São três horas da madrugada, estou com uma de minhas insônias.
Tomei uma xícara de café, já não ia dormir mesmo.
Botei açúcar demais, e o café ficou horrível.
Ouço o barulho das ondas do mar se quebrando na praia.
Esta noite está diferente porque, enquanto vocês dormem, estou conversando com vocês.
Interrompo, vou ao terraço, olho a rua e a nesga de praia e o mar.
Está escuro.
Tão escuro.
Penso em pessoas de quem eu gosto: estão todas dormindo ou se divertindo.
É possível que algumas estejam tomando uísque.
Meu café então se transforma, fica ainda mais adocicado, mais impossível ainda.
E a escuridão se torna tão maior. E
stou caindo numa tristeza sem dor.
Não é mau.
Faz parte.
Amanhã provavelmente terei alguma alegria, também sem grandes êxtases, só alegria, e isto também não é mau.
É, mas não estou gostando muito deste pacto com a mediocridade de viver."

'Porque alguma angústia faz parte: o que é vivo, por ser vivo, se contrai.'


Clarice L.

segunda-feira, 5 de março de 2012

O Álcool

É a imaginação:
tá na Bíblia!

Mona M.

Liberdade

É a loucura!
Ninguém julga a opinião de um louco, porque ele é "louco".
Mona M.

Meu bem,


Ninguém beija melhor do que você.
Ninguém é mais carinhoso ou gentil.
Tão sutil ou delicado.
Doce e amável.
Prepotente e molhado.
Convencido e atrapalhado.
Inteligente e engraçado.
Você conquistou o oceano que há em mim,
eternamente tua,
nadando por aí...
Fique bem!
Mona M.

Aline Tomazini


Não se apresse

em fugir da realidade,
os sonhos sempre lhe alcançam
em algum lugar sombrio do percurso.

Mona M.




sábado, 25 de fevereiro de 2012

Escrever,

de quando em vez,
para não se evaporar no nevoeiro perpétuo do cotidiano
...

Mona M.


O Preço

Eu nasci para amar a tudo e a todos,
com tamanha intensidade,
que esse amor só me traz dor e tristeza
e constitui, na minha alma,
uma fenda de criatividade.
Esse amor,
por mais penoso que seja,
mantém-me viva.
Amar a tudo e a todos traz solidão e cansaço.
Um preço a pagar,
um preço a pagar por esta fútil sombra existencial...

Mona M.

Sobre Ser Granizo

Existe alguma forma de precipitação mais estúpida que a de granizo?
Não se condensa em àgua nem se transforma em neve...
Não é bela aos olhos!
Não é gostoso tomar banho nela!
Granizo... Lágrimas doces empedradas,
Espinho duro das nuvens fechadas...

Mona M.

O Som do Mar

Você toca com os lábios,
um leve assubio percorre suas vértebras.
Você tenta,
desesperadamente,
imitar o som da maré baixa.
O cheiro de peixe morto embrulha seu estômago.
A areia entra por todas as aberturas que encontra.
Seu cabelo atrapalha a visão.
Mas você continua ali parado,

contemplando aquele silêncio inespressível da visão:
será que as ondas continuam quebrando quando fecho meus olhos?

Mona M.

Forever Alone

Não é que você queira ficar só,
mas a realidade mostra o futuro.
Não é que você seja seletiva e que se "ache",

é que você sabe o que te complementa.
Não é que você seja louca por correr atrás,
é que você ainda pensa em reparrar.
...
E consertar não está errado,
ajuda a crescer!
Você não é feia,

os outros que só olham para quem tem corpo de musa do brasileirão.
Você, também,

não tem culpa de viver num mundo fútil e no país das bundas de carnaval e pernas de futebol.
Mas a verdade é essa: conteúdo não embeleza.
Poesia não embeleza.

 Dinheiro, sim, embeleza.
Bundas, pernas e televisão embelezam.
Então, prepare-se para ser uma aposentada viciada em livros e com treze gatos.

É assim que me sinto nas tardes de domingo...

Mona M.

Insônia

Você passa o dia com sono e à noite não dorme.

É a essência da maldade dívina.
Ou persseguição da culpa.
Medo do pânico.
Distorção da agonia.
Ansiedade da dor.
Dor da separação.
Angústia.
Lágrimas de espanto.
Escuro.
Tarde.
Pássaros.
Dia.
Bom dia!
...
Sono.

Mona M.


SOBRE O AMOR

Sente-se tanto
 que o resto é medíocre para ser vivivdo...
O cotidiano é um porre de realidade
na dor de quem ama,
isso quando se ama a distância,
platonicamente, a um passo de ser possível... E tu,
tu sabes que não és diferente da maioria,
és diferente de todo o resto!
Tu sabes que por ti, eu vi. Eu fiquei. Eu caí. Eu morri.
‎...
Fiquei. Você sabe que eu fiquei. E que ficaria até o fim, até o fundo.
Que aceitei a queda, que aceitei a morte.
Que nessa aceitação, caí.
Que nessa queda, morri.
Tenho me carregado tão perdida e pesada pelos dias afora.
E ninguém vê que estou morta.
E são dias assim: dia de monja,
dia de puta,
dia de Joplin,
dia de Tereza de Calcutá,
 e todos os dias são como este: um dia de MERDA!

Mona M.


Prisioneira da Liberdade

O Tempo pode acabar com um amor sem explicação?
Como o amor é possível?
Como a luz do sol não enegrece perante tal absurdo,
ou a terra dura não derrete e ferve sob o peso de tamanho fardo?
Como é possível amar?
Se amor é libertação,
então sou culpada, condenada e prisioneira desse carrasco, que não liberta, não mata,
mas que machuca e corrói...

Mona M.

Solidariedade

Há em mim uma necessidade de compartilhar
As razões ou emoções que me levam a crer que ser solidário
Não significa ser mais alto interiormente,
Nem ser maior de coração ou perceber que a alegria de dar é indiscutivelmente superior à de receber...

Há em mim alguém que quer estender a mão, sem ver cor, sexo ou estatuto social...
Há em mim alguém que pensa que ajudar é um agrado a si mesmo.
Altruísmo é um falso credo em meu dicionário.
E se me perguntares o que sei sobre o amor,
Direi que ele está no olhar de quem é nobre...

A nobreza de espírito é altruísta por ter amor,
A pobreza de espírito é ínfima de amor,
Mudar a vida de alguém é pôr um sorriso em um coração machucado.
Um coração machucado, bate descompassado.

Um coração que bate descompassadamente, sofre.
O coração que sofre reconhece outro,
Dois corações que se reconhecem, ajudam um terceiro.
Solidariedade: Ideologia de todos e de ninguém.

Mona M.



Misantropia

Quatro Palavras

Tenho uma doença que, dez entre dez pessoas morrem de medo. Só de pronunciar o nome estremece dez entre dez colunas vertebrais. O "vilão" que não poupa ricos ou pobres, negros ou brancos, bonitos ou feios, altos ou baixos... Câncer.
Quando descobri a doença tinha quinze anos, e uma rebeldia incontrolável, logo, neguei tratamento. Meus pensamentos estavam tão desnorteados que não viam outra saída além da morte.
Os médicos descobriram cedo e, por acaso, graças a uma tentativa malsucedida de suicídio. Meu estado deplorável requereu uma bateria de exames e, nestes, nada foi revelado. Eu me recuperava psicológica e fisicamente. Nesse ocorrido, lesionei meus braços e, numa troca de curativos, uma atenciosa enfermeira observou uma alteração de tamanho, coloração e forma nas feridas. Então, ela chamou um médico para examinar; este, imediatamente pediu uma biópsia. Minha cabeça estava um caos. Pensei em diversas outras possibilidades de se fazer um exame desses sem que a resposta fosse câncer. Acabei esquecendo de me preocupar com isso, afinal, as razões que me levaram, primeiramente, ao hospital, estavam longe de serem consideradas "uma luta pela vida". Porém, esqueci de pensar que, mais cedo ou mais tarde, o diagnóstico chegaria. E chegou. Estava com melanoma e, ainda que em estágio inicial, era câncer. Meu oncologista disse, anos mais tarde, que quando o câncer foi descoberto, nem poderia ser classificado em estágio II, e eu tive muita sorte então, já que as pessoas normalmente descobrem tarde demais, quando o melanoma já está em estágio IV, pois é aí que ele começa a dar sinais claros no organismo. Minha sorte aqui foi muito irônica.
Um exame meticuloso foi feito em toda minha pele, ossos e tecidos orgânicos. Houve uma anomalia, chamada de calcificação giral. Nada grave, apenas uma bolinha cancerígena entre meu couro cabeludo e meu crânio. Precisava retirar aquilo. "Ah, então tudo se resolveria com uma cirurgia e esse velório ao meu redor teria fim." A cirurgia foi realizada; fiquei careca, mas sem a calcificação. Aliás, anestesia é uma coisa trágica, pois passei alguns dias meio boba e sonolenta e nem dei por falta do meu tão adorado cabelo. Conforme os dias foram passando, aquele gélido quarto foi se tornando meu lar; e eu acreditava que o pior já tinha passado e que o meu cabelo iria crescer. Era o que todos diziam, "cabelo é o de menos, ele cresce".
Mesmo já careca, filosofei até cair os cabelos de quem me ouvia tagarelar. No banheiro do quarto, um pequeno espelho "antissuicída" ficava pendurado em cima da pia. E era lá que eu refletia. Meu rosto era tão oval, horrível! Mas aquela espinha chata, o nariz "batata", todas as imperfeições que antes da cirurgia pareciam grotescas, desapareceram perante a um rosto sem o brilho capilar.
Era numa quinta-feira, quando tive alta. Fiquei feliz, para minha própria surpresa. Meses de depressão colocaram um sorriso gigante em mim. Eu e minha mãe fomos ao mercado; uma menina apontava o dedo para mim, eu gargalhei. Minha mãe me olhava com olhos inchados e inconformados; ela não achava engraçado.
Não se expurga um câncer apenas com cirurgias. Tratamentos pesados dão o ar de sua desgraça e assim, na semana seguinte, ouvi aquelas quatro palavras que ninguém quer ou espera ouvir na vida: "Você precisa de quimioterapia." "Meu mundo caiu? Nem um pouco ou aos poucos." Na primeira e segunda sessão, toda faceira, levei duas coisas: meu IPOD com inclassificáveis do Ney Matogrosso e a versão ao vivo do Back to Black, da louca Amy Winehouse e o livro do James Joyce (Retrato de um Artista enquanto Jovem). Enjoei! As pessoas que já passaram por isso me entenderão. Enjoamos das coisas muito fácil… E não é só da comida. Eu enjoava da clínica, do
cheiro das coisas, das pessoas, de ver o meu xixi no vaso sanitário, e incrivelmente, enjoei do curativinho que colocam onde fica o cateter. Então você cansa e a morte parece menos terrível.
É chocante assimilar todo o processo e aceitá-lo. Vivê-lo é insuportável. "Acho que aceitar um câncer é parecido com os estágios do luto. Você sente raiva, medo, indignação e ódio, e no fim, acaba aceitando. Mas, assim como o câncer, o sentimento nunca é, completamente, expurgado. E repito, no meu caso, foi tudo tão irônico.
A ironia de cometer um ato contra si mesma e, logo em sequência, lutar contra um câncer, é grande. As emoções que senti foram tão contraditórias que eu procurava nem pensar. Eu queria morrer, mas pelos meus motivos e não defasada por uma doença. Em retrospectiva, acho que enfrentei a quimioterapia, as cirurgias, o medo de morrer, o rosto oval, o preconceito alheio, as dores, a insônia, as vertigens, os enjoos, a febre alta e seu frio trêmulo na espinha... para estar aqui hoje, para poder contar esta história, que chamaria de milagrosa, se não fosse ateia. E assim, faço minhas as palavras de José de Alencar, que bradou: "Não temo a morte. Peço a Deus que não me dê um dia a mais de vida se eu não puder me orgulhar desse dia."
Às vezes choro um choro estranho, como nunca chorei antes. Uma mistura de felicidade por poder estar viva e algo como reviver o medo de não poder mais estar bem. Não dá para explicar. A maioria das lágrimas que escorrem pelo rosto são de medo, alegria e agradecimento àquelas quatro palavras, que mudaram minha maneira de ver a vida.

Mona M.