sábado, 17 de novembro de 2012

Sobre Morrer


A morte será um tédio caso não houver vida. Será uma negação, caso não houver nada após a sepultura. 
Imagine eu, uma frenética pseudo-intelectual, obrigada a ficar ali, parada, indefinidamente. O corpo inerte na fria tumba, deitada, esperando a voracidade dos vermes. Sem pensar, sem produzir, sem ao menos ter a consciência que as horas estão passando. 
Aguardar o famigerado juízo final? E para quê? Ser enviada a um céu de despreocupados, que estacionaram no pior retrato do Olimpo e não aprenderam sequer a tocar um instrumento mais emocionante que a harpa? Ou para ser despachada em direção a um inferno onde o decorador errou na quantidade de vermelho, e os homens, ainda por cima, possuem rabo? A propósito: nunca ninguém perguntou quem paga a conta de todo aquele fogo, em combustão permanente? Que desperdício! Devíamos ir fazer comida no inferno, que tem fogo de graça. 
E ser um espírito? Ter uma "atividade extracerebral", consciência de estar morta, viver perdida num umbral de solidão e marasmo, falando palavrão? Não parece divertido também. 
Mesmo que o fim do mundo esteja próximo, ainda não estou preparada para morrer, porque como todo e qualquer ser humano deste planeta, me urino de medo dessa grande desconhecida situação: morrer. 
Não me sinto preparada, ainda não decidi o que quero fazer depois de morta, então, apocalipse, dê um jeito de se adiar. 

Mona M. 

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